Não precisamos ser cultos, inteligentes ou sábios, para ficarmos sozinhos com nós mesmos, meditando sobre o que fizemos e poderemos fazer por nós e pelo próximo. É preciso termos a consciência, mesmo a humildade, para entender que não necessitamos de muitos conhecimentos, importante é sermos éticos, não porque não fizemos o mal, sim para fazermos de alguma forma o bem ao próximo, todo dia e a cada hora.
O repartir com o outro, o ajudar ao próximo sem pedir retorno, termos a consciência de que podemos moralmente agir servindo a todos, igualitariamente, principalmente sem praticar atos condenáveis contra coisa pública, que a todos atinge.
Tomemos esta semana, do sofrimento e da esperança com a Ressurreição de Jesus, para formação de um projeto de amor ao próximo, um programa de vida que não deve ser a de tratarmos desigualmente ao próximo, ou para cuidar-se só dos pobres como “opção cristológica”, mas fazermos uma mudança existencial, não de exibicionismos, de divulgação do número de jaculatórias, Pai- Nossos, Ave-Marias, missas assistidas, cultos frequentados, as batidas com a cabeça no Muro das Lamentações, comparecimento a sessões, outras formas.
Busquemos a ética do amor maior, mesmo no recolhimento, na intimidade. Como disse Carlos Francisco Signorelli (CNBB):
“è muito mais do que viver o intimismo de certas práticas religiosas. É arregaçar as mangas e partir para a construção de um novo mundo, de nova sociedade, a civilização do amor.”
Nunca o mundo precisou tanto de retorno ao mandamento “Amarás ao próximo como a ti mesmo”. Nunca nosso país necessitou tanto de retorno às regras éticas de governabilidade.
Convém meditarmos e mergulharmos no real sentido da “Prece pera Paz no Mundo”:
“SENHOR, nós vos pedimos o poder de sermos moderados, a força de sermos tolerantes, a paciência de sermos compreensivos e a capacidade de aceitarmos as consequências quando nos atemos ao que acreditamos ser o certo.
Que possamos confiar no poder do Amor de sobrepujar o ódio. Pedimos visão para enxergar e a fé para crer num mundo livre da violência, um mundo novo onde o medo não leve mais os homens a cometer injustiças nem o egoísmo os faça levar sofrimento aos outros.
Ajudai-nos a devotar toda a nossa vida, pensamentos e energia à tarefa de promover a paz, rogando sempre pela inspiração de cumprir o destino para o qual nós e todos os homens fomos criados.”
Não podemos compactuar, ainda que pela omissão ou concordância ante as condutas éticas reprováveis daqueles que governam, permitindo o desrespeito para com a coisa pública e consequente abastardamento e resvalo da moralidade de nossa sociedade.
A SEMANA SANTA é um tempo especial para meditarmos sobre tudo isso, e com a acão de todos, tornar possível a ressurreição da conduta ética de todos em suas atividades para com a coisa pública e também de cada um de nós no seio de nossas famílias
NILZARDO CARNEIRO LEÃO