Nilzardo Carneiro Leão *
Quando ao final do ano consumido ou no alvorecer do novo surgido, fazemos a saudação para um tempo criado pelo homem, não representa isso só uma mensagem de cumprimentos formais sem o opaco do ódio ou do mal, mas que verdadeiramente possamos ter um futuro sem necessidade de reprovar as condutas dos homens públicos que não respeitaram a sociedade, como também para afastar a tristeza e a desesperança.
Mais um ano foi vivido, esmaecendo-se e sumindo no horizonte, mas nada dele deixou de existir ou desapareceu. Ao contrário, ações praticadas em 2014, quaisquer que tenham sido – e sabemos muito bem valorizá-las nas suas formas positiva ou negativa – ficaram pregadas na vida de cada um, pois impossível de serem apagadas sem deixar marcas de sua passagem. O tempo é único e não pode ser repartido, o do passado já vivido (e nunca esquecido), o do presente, consumindo-se a cada segundo, e o do futuro, visto como uma utopia a se realizar.
Vamos deixar para o passado a plenitude ou o vazio e feridas sofridas por cada um de nós, Se trazem lembranças de alegria, satisfações, vitórias, ou se é doloroso pela ausência dos que partiram, deixando marcas em um tempo que não volta e que não pode ser removido, que tudo seja bem cuidado até pela saudade Foi dito, já que o passado não conhece o seu lugar, está sempre presente.”
O agora é esperar o futuro com tudo que haverá de surgir. Importante é olhar para o horizonte surgido e buscar o caminho verdadeiramente novo, porque quem caminha só pela estrada já traçada, chegará apenas até onde outros já chegaram. Viver um 2015 com intensidade para construir “o amanhã desejado”. Nada do só escândalos, falta de seriedade para com a coisa pública, descompromissos com a ética, desamor e ódio. O tempo é chegado para “fazer alguma coisa”, bem.
É preciso que haja atenção para com o que vai ser construído e que as lições do passado sirvam como indispensáveis à nova forma de viver. De se fazer como foi dito pelo Apóstolo São Paulo: tiremos nossas roupas velhas e passemos a usar a indumentária da esperança, fazendo despertar em cada um as forças criadoras da vida, sempre com um alerta: não basta ver para enxergar, não basta ouvir para compreender. È preciso ver com sensibilidade a beleza das coisas, é preciso saber ouvir para poder escutar e distinguir o sentido dos sons.
A esperança deve ser saudada com uma alegria sem barreiras, para que possa ser construído um mundo com o diálogo da fraternidade universal, da compreensão e do amor ao próximo. De ser ela plantada, neste início de ano, com os sonhos a se tornarem realidade através do seu cultivo, para colheita da vitória.
Estamos no início de 2015 e, com ele, devemos olhar cada um como um irmão, conduzindo uma mensagem de amor e de boa vontade. O que passou, deverá servir como aprendizado. E ele não deverá ser encerrado turvo ou ficar borrado com ações e condutas negativas.
O ano que findou ensinou-nos com os erros e os acertos, qual o caminho a ser seguido,. È chegado o momento de fazermos análise do caminho percorrido, de medir ações . Tudo poderá ser muito melhor e as boas ações crescerão muito mais, se cada um puder melhorar o seu agir, cultivar com mais intensidade seus amigos, viver com maior plenitude o amor ao próximo.
Devemos ter consciência de que o sucesso ou o fracasso depende fundamentalmente de nosso pensar, de nosso agir, de nossa capacidade de realização. “A vida muda quando você muda. Você é o único responsável por ela. Os tristes acham que o vento geme; os alegres acham que o vento canta.” Acima de tudo, buscar sempre nosso sucesso com a melhoria do outro e estaremos elevando a própria humanidade. O Mahatma Ghandi assim mostrou os sete pecados capitais responsáveis pela injustiça social:
“Riqueza sem trabalho;/prazeres sem escrúpulos;
conhecimento sem sabedoria;/comércio sem moral e ética;
política sem idealismo;/religião sem sacrifícios; e
ciência sem humanismo.”
2015, Que seja o ano do rever formas de conduzir-se, de restauração da dignidade pública, do viver com alegria e nunca perder a esperança.
• Professor. Advogado. Do IAHGP. Da APL. nilzardoleao@gmail.com