Texto: Gildo Benício, para o Jornal de Medicina de Pernambuco, Agosto 2016
Everton Botelho Sougey tem a facilidade de se tornar amigo dos seus pacientes, o que é fundamental para o bom exercício da Medicina. Não por acaso, ele pratica a Psiquiatria, especialidade na qual a ligação médico-paciente é profunda, alcançando um forte componente transcendental e na qual a ética preside o ato médico. Na escolha da profissão ele teve a influência de sua mãe, “que sempre quis ter um filho médico”.
Ainda estudante, foi representante de turma e representou o Diretório Acadêmico junto ao Cremepe. Foi um dos fundadores da Sociedade dos Monitores da Faculdade de Ciências Médicas e participou de congressos acadêmicos e dos “Encontros dos estudantes de Medicina” (estes últimos tinham conotação política: era a luta pela Democracia, durante o regime militar). Everton jogou vôlei pela Ciências Médicas e por Pernambuco, nos Jogos Universitários. Ainda como estudante aproximou-se da Psiquiatria, frequentando o Hospital da Tamarineira e trabalhando com Wolgrand Vilela, seguidor da Escola de Gil Braz.
Formou-se em 1976, pela Faculdade de Ciências Médicas. Casou-se com Mariluce e teve dois filhos; casou-se uma segunda vez com Claudia Pires e tem uma enteada.
Estabeleceu ligação com o grupo do Professor José Lucena, no antigo Hospital Pedro II. Fez Residência Médica no Pedro II e logo após fez dois concursos, um em cada Faculdade: Foi o primeiro colocado em ambos. Abriu mão do concurso das Ciências Médicas e assumiu o da UFPE. Era o início de sua carreira universitária. A seguir, partiu para o Serviço do Profº Pierre Pichot, em Paris, onde se especializou durante mais de dois anos, fazendo o equivalente ao nosso Mestrado.
Everton voltou ao Recife, já para o H.C. da UFPE em Engenho do Meio (Serviço do Profº Galdino Loureto). Frequentou cursos e congressos, no Brasil e no Exterior e foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Psiquiatria Clínica, que presidiu por 4 anos. Seguiu para São Paulo (Unicamp) para fazer o seu doutorado. De volta ao Recife, instalou seu exitoso consultório particular; integrou-se definitivamente à Psiquiatria da UFPE, já como Profº Assistente. Continuou desenvolvendo uma intensa profissão com a publicação de 131 trabalhos científicos e escreveu capítulos de livros.
Everton participou da vida associativa, no Departamento de Psiquiatria da AMPE (atual Sociedade Pernambucana de Psiquiatria) da qual é o atual presidente.
Em 2016 submeteu-se a exame de uma Banca Examinadora e conquistou o Título de Profº Titular de Psiquiatria da UFPE, com nota máxima.
Como todo médico, Everton Sougey participou das mais diversas situações envolvendo pacientes. Uma delas foi a seguinte: Um paciente, já com certa idade e noivo há 7 anos não tinha coragem de casar, e só entrou na igreja quando o seu Psiquiatra (Everton) concordou e se fez presente, transmitindo a segurança de que precisava o seu paciente e amigo.
Everton Sougey é, por formação e por merecida qualificação, um expoente da Medicina pernambucana.